Ao
falar da neurose obsessiva, Freud aponta neste texto uma semelhança particular
entre o sujeito que sofre da neurose obsessiva através de pensamentos, idéias
ou impulsos obsessivos e a prática religiosa. É notavel a similaridade de alguns
termos da Neurose Obsessiva, nos quais já conhecemos em outras circusntancias,
tais como cerimonial, ritual, crença, etc, são comumente usados na religião.
Esses
cerimoniais neuróticos consistem numa alteração de algum(s) ato(s) do cotidiano
do paciente, acabando esta, por modificar seu dia com acrescimos, restrições ou
um arranjo que o paciente se coloca como uma obrigação, tendo que cumprir com
isso sem ao menos “fazer idéia” do motivo. Freud faz algumas colocaçoes
importantes: esses atos exigem um gasto, ou melhor, uma perda de tempo; todo ato obsessivo tem seu sentido e pode ser
interpretado; o que está sendo representado no ato e em cerimoniais deriva das
experiencias mais intimas do paciente, principalmente das sexuais; o ato
obsessivo serve para expressar motivos e idéias inconscientes.
O
ato obsessivo parece estar ligado a um sentimento de culpa através de uma idéia
de punição, e a pessoa que sofre desta doença, encontra-se dominada por manias
que leva à compulsões e proibições, que aparentemente nem sabe ao certo o motivo, mas reconhece a natureza da
“crença” do mal que espera acontecer na sua vida caso não cumpra alguma
exigencia, apenas ficando oculto a conexão entre o momento que a ansiedade
expectante surge com o perigo que provoca. Sendo o cerimonial, portanto, um ato
de defesa.
Então,
o ato obsessivo e a religião, por semelhança, possuem a forma da renuncia
implícita à ativação da pulsao que se constitui no sujeito, e em contraste, a sua
natureza. A neurose obsessiva tem sua origem no sexual, e “na religião procedem de fontes egoístas”
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