História de uma neurose infantil
(cap. I –
Observações introdutórias; cap. II – Avaliação Geral do ambiente do Paciente e
do Histórico do caso; cap. III – A
sedução e suas consequencias imediatas; cap IV – O sonho e a cena primária)
O caso analisado aqui ficou conhecido
como o menino que tinha “a fobia do lobo”, analisado tempos depois do fim da
neurose, segundo Freud. Ao longo do resumo, alguns elementos tais como a
governanta, sua Nanya (como chamava sua babá), seus pais e sua perversa irmã,
participaram na construção de sua fobia.
O
paciente iniciou o tratamento vários anos depois depois de construir uma
gonorréia. Sua fobia animal era uma manifestação de uma neurose de angústia que
se transformou numa neurose obsessiva, isso surge antes dos 4 anos. Os
especialistas da época diagnosticavam como um caso de “insanidade maníaco
depressiva”. Freud descreve o caso como uma neurose infantil analisada 15 anos
depois de haver terminado. Ainda a criança, tinha comportamento exemplar, era
uma criança comportada e tranquila, mas após um verão sem os pais, o garoto havia
se transformado. Seus pais haviam contratado uma governanta inglesa, que em uma
discussão, chamou a babá de bruxa inúmeras vezes.
Sua irmã adorava assustá-lo, usava uma
figura de um lobo. Caçava alguns insetos e derrepente surgia um medo absurdo e
ele desistia da atividade com gritos. Sua irmã o levava a práticas sexuais
quando ele ainda era bem novo. Primeiro lhe fez a proposta de “mostrar os
traseiros” e depois “brincava” com o seu pênis enquanto contava histórias
incompreensíveis sobre a babá.
Logo, ele fez uma inverção imaginária
fantasiando que quem agrediu a irmã foi ele, com isto, ele apagou a lembrança
que poderia parecer ofensivo a sua auto-estima masculina, surgindo daí seu
comportamento rebelde. Numa tentativa de sedução da sua babá, ele tenta lhe
mostrar o pênis, a babá responde com um corte. Nos relatos durante a análise, o
paciente assume largar a masturbação, assumindo, segundo Freud, um caráter
anal-sádica. Passou a gostar de maltratar sua babá e machucar animais. Ele
sentia culpa que era manifestada através do sado-masoquismo, ele fantasiava o
próprio órgão genital recebendo pancadas.
Aos 10 anos, teve crise de depressão que
surgia a tarde e atingia sem ponto culminante às 5h da tarde.
Ainda criança teve malária, tinha febre e
abatimento. Por esse motivo, dormia no quarto dos pais, onde acordou
provavelmente por conta da febre e viu a mãe sendo copulada. Ela estava numa
posição curva, e o pai em postura ereta atrás dela, como um animal (um lobo). O medo que tinha era do seu
pai.
Com sua condição da organização sexual anal-sádica, a renúncia do
órgão genital (ameaçado pela Nanya)
exigiu uma renúncia, passando a ser defensor numa atividade passiva. Com
a lembrança da expressão de satisfação da mãe. Sendo copulada pelo pai, criou
nele o desejo de obter prazer com seu pai. Isso mostra que seu comportamento
(rebelde), foi uma forma de sedução que tinha como objetivo pulsionar, obter
satisfação com o pai.
Havendo uma transposição regressiva em
forma da fobia do lobo: o pai e a mãe tornaram-se lobos, a mãe castrada recebia
o pai, onde para ele se satisfazer, precisava ser o lobo castrado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário