segunda-feira, 1 de outubro de 2012

O “ESTRANHO” SENTIMENTO DO DÈJÁ VÚ


Trabalho apresentado no IV Congresso Internacional do Conhecimento Científico

autor: AUATT, Í. W. ; 
orientador: ALVES FILHO, R.C.
Graduação de Psicologia, Institutos Superiores de Ensino do CENSA – ISECENSA, Rua Salvador Correa, 139, Centro, Campos dos Goytacazes, RJ, Brasil


O fenômeno do Dèjá Vú (já visto, em francês) acontece quando temos a impressão de estar revivendo alguma situação na qual já estivemos antes, onde a experiência parece já ser familiar e de alguma forma, a cena parece estar se repetindo da forma exata. Sem aviso prévio e aparentemente sem uma lógica temporal, este fenômeno parece operar de forma semelhante ao sonho: o sujeito que sente o Déjà Vú, perde-se facilmente na tentativa de narrar sua experiência, confundindo o local, a data e/ou com quem estava. O objetivo deste trabalho é analisar o Déjà Vú enquanto formação da estutura da neurose, demonstrar sua proximidade com os mecanismos operantes do inconsciente e compreender a sensação de “estranheza” resultante do fenômeno. Diante da exposição feita acima, é possível pensar numa relação deste fenômeno enquanto sendo algo estruturalmente da neurose assim como a deformação dos sonhos, algo do plano do recalcamento parece causar uma distorção onde facilmente aparece na fala do sujeito que viveu tal experiencia do “estranho”. Esta sensação, porém, aparece no discurso da psicanálise não apenas como uma palavra por si só, mas como um significante cuja importância abrange não apenas o que não lhe é de fato conhecido ou familiar, e sim um re-conhecimento que de longe fora um dia consciente. Através da revisão bibliográfica do texto “O estranho”, de Sigmund Freud, e entre alguns textos fundamentais sobre os principais conceitos  de psicanálise, a pesquisa mostra que o DèJá Vú parece nos remeter a uma outra cena, supostamente, já conhecida. O efeito deste processo gera uma confusão entre real e fantasia, onde o estranhamento se dá pela força da lembrança recalcada e a deformação do que se deseja ser lembrado. Porém, esse conteúdo estranho que nos parece suspeito não se trata de nada de alheio, pelo contrário, é “algo que é familiar e há muito estabelecido na mente e que somente se alienou desta através do processo de recalcamento” (FREUD, 1919, p.301).
 

Word Keys: Fantasia, Dèjá vú, Psicanálise, Estranho

Financiamento: ISECENSA

REFERÊNCIAS

FREUD, Sigmund. Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. “Estranho”, p.275-314. IMAGO Editora LTDA., Volume XVII, 1919.

FREUD, Sigmund. Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Cap. XII: “Determinismo, Crença no Acaso e Superstição – Alguns Pontos de Vista”, p.287-332. IMAGO Editora LTDA., Volume VI, 1901.

JORGE, Marco Antônio Coutinho. Fundamentos da Psicanálise de Freud a Lacan: A clínica da fantasia. Cap. 1: “A pulsão sexual: primeira subversão freudiana”, p.17-37; Cap. 2: “O ciclo da fantasia”, p.38-61. Rio de Janeiro: Zahar, Volume 2, 71p., 2010.

ROSA, Luiz Alfredo Garcia. FREUD e o inconsciente. Cap.III – p. 61, Cap.VII – p. 151. 23º Edição, Rio de Janeiro, 2008.

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