Os arquivos continham apenas informações já bem conhecidas sobre as ligações de Lennon com líderes esquerdistas e grupos pacifistas de Londres em 1970 e 1971, disseram Jon Wiener, que é professor de história na Universidade da Califórnia em Irvine, e a seção do sul da Califórnia da União Americana das Liberdades Civis.
"Hoje vemos que as alegações de segurança nacional que o FBI vinha fazendo há 25 anos sempre foram absurdas. O arquivo de Lennon no FBI é um caso clássico de segredo excessivo por parte do governo", disse Wiener num comunicado.
Entre os documentos divulgados há um que afirma que Lennon "encorajou a crença de que possui visões revolucionárias ... pelo conteúdo de algumas de suas músicas".
Um outro fala que o beatle fez campanha pacifista e prometeu financiar uma livraria de esquerda em Londres. Um terceiro descreve uma entrevista com Lennon ao jornal Red Mole de Londres, na qual o cantor "enfatizou seu histórico proletário e sua solidariedade para com os oprimidos e desfavorecidos da Grã-Bretanha e do mundo".
Wiener requisitou os arquivos pela primeira vez em 1981. Depois de uma batalha judicial que chegou até a Suprema Corte, ele conseguiu a liberação de mais de 300 páginas de arquivos sobre Lennon em 1997.
Mas dez documentos continuaram secretos, sob a alegação de que afetavam a segurança nacional. O FBI disse a tribunais norte-americanos em 1983 que a divulgação desses documentos poderia "levar a retaliações diplomáticas, econômicas e militares contra os Estados Unidos".
Wiener, que detalhou sua campanha num livro que serviu de base para o documentário "The U.S. versus John Lennon", publicou os documentos na página www.LennonFBIfiles.com. "Duvido que o governo de Tony Blair lance um ataque militar contra os Estados Unidos em retaliação à liberação desses documentos", disse Wiener.
Lennon, autor do tema pacifista "Imagine", foi assassinado em Nova York em dezembro de 1980, por um fã perturbado.
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