segunda-feira, 21 de março de 2011

Introdução, origem e contextualização histórica à Gestalt

A Gestalt é uma teoria da Psicologia que surgiu no final do século XIX
na Áustria e Alemanha, tendo como o principal objeto de estudo a percepção.
O termo Gestalt, não tem uma tradução exata, o mais próximo que podemos
chegar em português seria forma ou configuração, porém o mais coeso é usar
a própria expressão Gestalt. A palavra Gestalt tem origem alemã e surgiu em
1523 de uma tradução da Bíblia, significando "o que é colocado diante dos
olhos, exposto aos olhares".
A psicofísica estava em destaque no século XIX, se estudava muito
nesta época o fenômeno psicológico através de seus aspectos naturais e
mensuráveis, neste contexto surgem os primeiros teóricos do que viria a
ser a Gestalt (Ernst Mach e Christian Von Ehrenfels que estudavam sobre
sensação, e são considerados antecessores da Gestalt), que surgiria como
uma teoria que se opõe aos estudos psicológicos da época, estudos esses que
se fundamentavam apenas na experiência individual e sensorial, repartindo
em várias partes uma totalidade, o que a Gestalt irá fazer é exatamente o
caminho inverso. Dizer que um processo, ou o produto de um processo é uma
gestalt, significa dizer que não pode ser explicado pelo mero caos, a uma
mera combinação cega de causas essencialmente desconexas, mas que sua
essência é a razão da sua existência.
Como afirmava William James, um dos grandes influenciadores dessa
escola, a percepção do todo é maior que a soma das partes percebidas. Ele
observa isso ao perceber que as pessoas não vêem os objetos como pacotes
formados por sensações, mas como uma unidade.
Max Wertheimer (1880-1943), Wolfgang Köhler (1887-1967) e Kurt
Koffka (1886-1940), com base nos estudos psicofísicos relacionando forma
a percepção, construíram a base desta teoria psicológica, os três são
considerados iniciadores do movimento da Gestalt. Eles publicaram o primeiro
trabalho considerado iniciador dos estudos da Gestalt em 1912, num estudo
sobre a percepção visual. Estes consideram os fenômenos psicológicos
como um conjunto autônomo, indivisível e articulado na sua configuração,
organização e lei interna, que independem da percepção individual e
que formulam leis próprias da percepção humana. Wertheimer provou
experimentalmente que diferentes formas de organização perceptiva são
percebidas de forma organizada e com significado distinto por cada pessoa.

Como pode ser visto nas figuras do Cubo de Necker e do Vaso de Rubin, acima, o todo é maior do que a soma das partes que o constituem. Por
exemplo: uma cadeira é mais do que quatro pernas, um assento e um encosto.
Uma cadeira é tudo isso, mas é mais que isso: está presente na nossa mente
como um símbolo de algo distinto de seus elementos particulares.
Outra influência importante desde os primórdios, afetando a base
constitutiva da Gestalt é a fenomenologia, afirmando que toda consciência
é consciência de alguma coisa. Assim sendo, a consciência não é uma
substância, mas uma atividade constituída por atos (percepção, imaginação,
especulação, volição, paixão, etc), com os quais visa algo, esta teoria influência
bastante os estudos dos autores já citados acima.

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